quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Querida Gente Burra

Começo este post fazendo a seguinte indagação, e espero que você pare para pensar sobre isso antes de prosseguir: Por que dá tanta vontade de esmurrar gente burra?


Resultado de imagem para pinoquio burro

    E não estou chamando de burros os que não sabem ler ou escrever, ou que não conseguem lembrar nadinha do que estudaram no momento em que estão prestes a responder uma avaliação. Estou me referindo aos que acreditam piamente que realmente são melhores que todos, que tem uma educação brilhante, são o melhor que há na sociedade, pessoas de bem, e que mesmo com tudo isso insistem em proliferar tanta burrice que só temos duas reações após escutar ou ler qualquer coisa que tais pessoas insistem em compartilhar: respirar fundo, e então guardar nossos punhos nos bolsos para não acabar enfiando na cara desses imbecis.

    Sim, violência gera mais violência, mas é que as palavras não entram na cabeça dessas pessoas, e para chocar: elas continuam sendo burras (e más!), mas acham que estão certas em pisar na cabeça dos que não seguem aquilo que acham o certo. Infelizmente, só podemos esmurrar com palavras para não perdermos nossa razão. O que é difícil, afinal, os burros não se comunicam através das línguas humanas.

    Essas pessoas são tão burras e tão convencidas que conseguiram iludir todos e fazer os humanos acharem que são burros também, pois colocaram em suas cabeças que elas eram as pessoas certas na história, desde que a história existe.

    Já pararam pra pensar quantos anos foram roubados das "pessoas erradas", que passam suas vidas lutando diariamente para tentar se encaixar no que deveria ser "o certo", e que agora tudo o que podemos dizer é: o que era considerado o certo há centenas de anos, cada dia se prova mais errado. E os pobres que muitas vezes também são classe média e, outras vezes, ricos burros, que sempre estiverem na posição de certos, estão se sentindo coagidos por serem confrontados agora que os "errados" estão cobrando seus espaços, coitadinhos...

    A Terra gira todo dia, o tempo inteiro, está girando enquanto digito isso e já girou muito mais no momento em que você está lendo. Ainda assim, esses burros continuam achando que estão mais do que certos em pensar e viver na burrice. A burrice da preguiça de pensar. A burrice de dizer "mundo chato, hoje em dia tudo é preconceito, tudo é racismo, tudo é machismo, tudo é homofobia, tudo é bullying, tudo é assédio, tudo é depressão, isso tudo é mimimi!..." 


 OBS. 1: Se a pessoa usar "mimimi" para desmoralizar alguém que está se sentindo ofendido por qualquer razão que seja, o atestado de burrice está impresso em papel timbrado, carimbado e assinado. E só o burro não vê.
OBS. 2: O limite máximo de idade para falar "mimimi" sem ser um completo burro é até os 6 anos de idade.
Sigamos com a postagem.


Imagem relacionada


"Tudo já foi melhor, hoje em dia ninguém aceita nada".


    Antes não era melhor. Antes ninguém aceitava nada, também. Só que ninguém tinha voz. Quem ousasse reclamar ou discordar da burrice já estava com a corda no pescoço, ou o tiro na cabeça, ou qualquer maneira que possa existir para silenciar quem pudesse causar perigo a burrice instaurada.

Hoje há voz.


    Hoje temos voz. Todos temos. E é isso o que os burros não entenderam ainda. Acham que estão sendo "sinceros" ao se esconder atrás da famosa "liberdade de expressão", que a "opinião" deles os isenta da burrice. Mas se sua opinião é não perceber que todos já estão fartos demais de aguentar tanta merda, e ainda tendo que lidar com alguém que não entende nada de nada e acha que é tudo "mimimi" é fácil, você é tão burro que, se te visse andando numa estradinha de terra, uma mula poderia se apaixonar. Ainda bem que mulas são estéreis, já pensou você engravidar uma mula e ainda ter mais burros como você por aí? Já bastam os que, infelizmente, existem...

    Nesse momento, a internet (que tudo conecta) está dividida entre os que precisam de ajuda, os que querem ajudar, os que tentam se defender e defender outros que ainda não acharam sua voz, e os burros que não entendem que o mundo não gira em torno deles e que as pessoas tem o direito de se ofender e questionar os porquês de, em 2018, ainda ter gente querendo tirar essa voz de quem já cansou de estar calado para sobreviver.

    É a hora de VOCÊ, querido burro, abaixar as orelhas e deixar as pessoas que já estiveram caladas tanto tempo (te ouvindo relinchar suas burrices e dar coices errados) falar, e você não vai questionar nada. Você nem tem o que questionar, só questione se realmente quiser entender. Se não quer entender e não fará o mínimo para ajudar as pessoas a viver em paz, se feche ao seu mundo burro e se afaste de quem está tentando abrir portas para chegar em um novo mundo, um com respeito aos que nunca tiveram respeito e oportunidade aos que nunca tiveram oportunidade, enquanto a Terra continua a girar. Vá com sua burrice pra lá!

C.A. Universe, 28 Nov. 2018.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Um Assunto Deveras Pertinente

   


A Superficialidade na Era da Informação


    Apesar de estarmos no século XXI, com acesso a internet, diversas mídias e plataformas que deveriam nos auxiliar no nosso aprendizado diário, nos afastando dos supérfluos do mundo das futilidades e nos aproximando de uma forma mais crítica de lidar com nosso entorno, as pessoas ainda vivem dessas superficialidades e parecem completamente alheias a realidade, bem como fazia-se antigamente, quando a reputação, a riqueza e o poder advindo do dinheiro eram mais importantes que a felicidade genuína e a sabedoria contida na empatia para com todos.

    As pessoas buscam, de uma forma inconsequente e incessante, mostrar muito mais do que são ou do que tem, como se fossem personagens vivendo num mundo paralelo e nos dando um gostinho de como é esse lugar tão distante e feliz. Só que vivem num mundo fabuloso que não existe em suas realidades. A reputação e a vontade de mantê-la, passando essa imagem de perfeição, luxo, glamour e felicidade plena, tornou-se uma doença. Por frustração em não ser quem realmente fingem ser, por inveja de ver outra pessoa com tudo aquilo que essas pessoas queriam ter ou viver, elas se deprimem e, por obra desse frívolo exibir de uma vida fantástica, acabam caindo nas garras da depressão, mesmo desenhando um sorriso, clicando na tela e filmando alguns segundos de alegria e elegância enquanto dizem frases motivacionais como "se eu cheguei aqui, você também pode", "veja como tudo é lindo aqui, você quer?" e "se você se esforçar como eu, um dia você terá tudo isso e muito mais", apesar de nem mesmo acreditar nisso.

    Já vi gente deixando de comer melhor, de fazer obras básicas ou até bem necessárias em casa, de resolver problemas e pagar contas, tudo para comprar o "sonho de consumo do momento" e poder passar essa imagem de hippie rico. Objetos como: perfumes importados, produtos de beleza daqueles que passam dos três dígitos facilmente e são usados por celebridades, toca-discos (mesmo que a pessoa nem tenha vinil para ouvir), roupas de marca da moda e principalmente os caríssimos iPhones da Apple (que às vezes pode até ser um produto usado, desde que a pessoa possa dizer que tem e que faz parte do clube da maçã), bem como seus fones sem fio e relógios de pulso inteligentes.

    Não estou querendo dizer que as pessoas não devam realizar seus sonhos de consumismo mas, nesse caso, existe uma necessidade de suprir a carência que a falta de diversas coisas no dia-a-dia traz (como a falta de uma companhia para conversar, por exemplo), fazendo surgir essa vontade de mostrar que os bens materiais trarão uma alegria onde não se encontra em lugar algum, como se para ser alguém valorizado, alegre e interessante você precise mostrar um nível de luxos desnecessários que, infelizmente, tomarão uma prioridade na sua vida que fugirá ao seu controle se você se deixar levar.
       
    Tais pessoas dão essa prioridade ao que elas podem exibir nas redes sociais, ostentar, e não ao que elas precisam de fato ter ou fazer, como ter em dia a manutenção do ambiente onde vivem, quitar dividas e outras responsabilidades. Para essas pessoas, não importa o que elas estão vivendo, mas sim o que o mundo pensa que elas vivem.

    Viajam para lindos lugares no maior sufoco para fazer as mais maravilhantes postagens dizendo e mostrando como la vie est belle, enquanto, escondidos das câmeras e textos inspiradores, a realidade vai desmoronando ao redor e tudo está caótico. Mas o que os olhos não veem, o coração não sente, não é?

    Errado! Seu coração sente, e muito! E seu cérebro também. Você pode tentar enganar a todos o quanto você quiser, pode se atolar para ostentar uma realidade que não te pertence e se convencer de seguir aquela máxima que diz "seja quem você quer ser". E digo mais, todos podemos ser quem quisermos ser, porém isso depende muito do caminho a ser tomado para tal. Sem contar que muitas dessas pessoas, que tendem a "inspirar" com seus estilos de vida "autênticos", fazem uso de artifícios como patrocinadores, ângulo, edição de imagem, e outras coisas mais, apenas para transmitir esse ar de mundo utópico e perfeito,  fazendo os mais iludidos acreditarem que elas estão num lugar onde os problemas são inexistentes e a felicidade é quem reina e comanda.

  • Você está sendo quem você quer ser PARA VOCÊ ou faz isso PARA O MUNDO enquanto esconde quem é de verdade?
  • A sua felicidade é real ou você força situações para alimentar o exibicionismo pertinente a reputação de mostrar ter dias incríveis?
  • Você é você mesmo, ou está agindo de forma a se encaixar no que as pessoas querem ser, para se tornar alguém invejável, como as pessoas que você sente inveja e tenta imitar? 
  • Sua rotina é real ou montada para satisfazer a personalidade que decidiu apresentar em suas redes?
  • Você é feliz assim?


    Se você estiver duvidando de si mesmo com essas perguntas, algo não está certo nisso e provavelmente você já sabia antes de ler essa postagem.

    E que tal dar um tempo das redes e focar, de verdade, em si mesmo? Fazer coisas que realmente te dão prazer e felicidade, resolver seus problemas ou, ao menos, se organizar? Comece pelo básico, como uma caminhada ao pôr-do-sol apenas ouvindo suas músicas favoritas em seus fones. Se conecte consigo, dê esse momento para si.

Você vai sentir a diferença.


    A vida não é um filme onde tudo se resolve num estalar de dedos, ou um jogo onde com alguns truques o seu personagem vai ser feliz o tempo inteiro. Você tem que se sentar e pensar, planejar, colocar as coisas no lugar e por em prática um passo de cada vez, e lembrar que as emoções boas são tão importantes quanto as ruins e que não se pode viver sem elas.

Lembre-se: a vida não é uma pintura Rococó.


Resultado de imagem para rococó
O Balanço (1767), Fragonard

A Arte Rococó, que primeiramente desenvolveu-se na França no século XVIII,
refletia os valores de uma sociedade fútil que buscava nas obras de arte algo
que lhes desse prazer e os levasse a esquecer de seus problemas reais.

    E do que adianta viver suas experiências se ninguém sabe que você as está vivendo? Adianta tudo! Ao invés de pensar em quantas fotos e vídeos vai fazer, qual filtro vai usar ou qual legenda vai inserir, apenas deixe o momento fluir e aproveite cada segundo sem pensar nos likes. Não tente mostrar ao mundo algo que está ali só pra você viver, tentando provar que seus dias são muito interessantes e todos deviam saber disso, apenas viva!

    Dá curiosidade ver o que os outros estão fazendo, você já se acostumou a viver a vida deles pela tela do celular, mas quando você perceber que a sua vida só pode ser vivida por você e que, se estiver infeliz, com problemas e tudo mais, só você pode começar a se ajudar e que fingir ser outra pessoa para o mundo não vai resolver tudo, então as coisas vão começar a entrar no eixo.

Uma hora você vai se encontrar.


    Mas você, e só você, pode dar o passo inicial para ser quem você quer ser. Eu sei que você quer ser uma pessoa feliz, você também sabe. Só estava olhando para a tela do celular e vendo a vida dos outros, ao invés de olhar no espelho e ver a si mesmo.

    Se olhe, veja o que você já tem, o que você quer ter, o que você pode melhorar e o que já está no lugar certo. Viva sua vida por você, não pelo mundo superficial de reputações e ostentações que ainda insiste em se manter forte mesmo na Era da Informação.

C.A. Universe, 28 Nov. 2018.